Você já se pegou paralisado por um problema fora do seu controle? Talvez tenha ficado doente antes de uma grande apresentação, ou viu um projeto importante sair dos trilhos. Situações como essas disparam o estresse, turbinam a ansiedade e, muitas vezes, tiram a clareza necessária para agir.
Para esses momentos, a neurocientista e autora best-seller Anne-Laure Le Cunff propõe uma solução surpreendentemente simples: a regra do “e daí?” (So what rule, no original).
Mais que uma expressão de desdém, o “e daí?” funciona como uma ferramenta prática de regulação emocional e tomada de decisão. E pode ajudar você a lidar melhor com imprevistos — tanto na vida pessoal quanto na rotina corporativa.
A proposta é aplicar a expressão “e daí?” de forma sequencial, avaliando o impacto real de um problema. O objetivo é investigar as consequências e decidir se vale a pena se preocupar — ou não.
Vamos a um exemplo prático:
Você está organizando um evento e o buffet avisa, três horas antes, que não vai conseguir entregar os pedidos.
Ao seguir essa linha de raciocínio, você treina seu cérebro para focar no que pode ser feito, em vez de se prender ao que deu errado.
Segundo Le Cunff, essa abordagem funciona porque ajuda a separar o que parece grave do que realmente importa. Ela mesma usou a técnica ao perder um prazo de entrega de slides para uma palestra em uma grande empresa de tecnologia.
“No início entrei em pânico. Achei que iam me achar irresponsável. Mas fui descendo a cascata e percebi: os slides vão atrasar dois dias, ninguém vai morrer, eles têm mil outras coisas para lidar. Tá tudo bem.”
Esse tipo de exercício permite recontextualizar o problema, encontrar saídas viáveis ou perceber que não há impacto real — apenas um exagero da mente em estado de alerta.
Muitos profissionais — especialmente líderes — tendem a cair na armadilha do controle total. Mas a verdade é que imprevistos acontecem o tempo todo, e saber lidar com eles é uma das maiores habilidades emocionais de um gestor.
O “e daí?” funciona como um atalho cognitivo que ajuda a:
Da próxima vez que algo der errado — um cliente desistiu, uma reunião atrasou, um plano falhou — repita mentalmente:
Continue a sequência até chegar a um ponto em que:
Você encontre uma solução viável
Ou perceba que o impacto é mínimo
Essa prática constante fortalece sua resiliência e mantém seu foco no que realmente importa: o que você pode controlar.